sexta-feira, 29 de maio de 2009

16.05 - Varanasi > Gaya/Boddhgaya

Depois de uma péssima noite de sono, com medo de perder a hora, estava na hora do famoso nascer do sol no Ganges. Nanny combinou às 5h em ponto na porta do hotel, mas só apareceu as 5h40, após eu ter ligado pra ele. Lógico que o Luciano (e eu) já estávamos sem paciência nenhuma para com ele. Ele disse que teve um problema e por isso atrasou. Tentei ser diplomata, já que o Lu deixou claro que não estava mais afim de papo. Percebemos que ele estava sem paciência também, do função do tanto que ele correu para chegar aos ghats.



Chegando lá, já com o sol alto, imaginamos que teria um barco com motor, com um mínimo de infraestrutura, já que ele é pessoa jurídica. Lógico que não foi o ocorrido. Ele disse que o barco já era pré-pago e que eu devia só dar gorjeta de 20 rs na volta. Fizemos o passeio e foi impressionante ver como as pessoas usam o rio tranquilamente e a democracia do espaço, como se fosse o calçadão da praia deles. Aliás, a relação fé x cotidiano é um caso a parte.

Outro neguinho fazendo cagada


Aula de yoga à beira do Ganges


Tirando a sujeira da roupa no pau




Cotidiano no rio


















Corvo tomando café da manhã



Voltamos ao ponto de partida, entreguei as 20 rs e qual foi a minha surpresa com a casa feia do tio? Nanny não tinha combinado nada com o cara. Como eu paguei pro Mustafa, que pagou o Nanny, fiz cara de paisagem e eles que se virassem em hindi. Saímos de perto e ele resolveu com o cara. Pegamos o carro e quando falamos sobre a possibilidade de voltar ao hotel para tomarmos café porque ainda dava tempo e quando saímos a cozinha ainda estava fechada, ele foi categórico ao dizer que pegaríamos um engarrafamento e perderíamos o trem. Como ambas as partes queriam se ver livres uma das outras, concordamos e fomos esperar 4h na estação.

Tomamos um café e esperamos por 3 horas. O trem chegou e fomos procurar nosso vagão. O fiscal nos indicou um vagão e ao chegarmos lá, tinha uma família e o cara disse que tinha comprado todas as passagens. Descemos e fomos atrás de outro fiscal que nos pôs pra dentro de outro vagão e disse que era o vagão correto e que voltava depois.

Quando chegamos, os espaços estavam ocupados. (Aqui cabe uma explicação: cada cabine tem 3 lugares de cada lado sentados. Porém, se você levantar os encostos das cadeiras, o que era um sofá vira um beliche de 3 andares, e cada lugar vira uma "cama". Ou seja, na teoria, em cada cabine cabem 6 pessoas), e na nossa chegada, já tinham as 6.

Falei que ali eram os nossos lugares, mas ninguém se moveu ou olhou pra mim ou coisa que o valha. Era como se eu não existisse. Depois do stress pra tentar achar o vagão, não quis nem saber: pedi licença e fui colocando as mochilas no 3º andar e fomos sentando. No meu lado, estava uma senhora com o marido e mais um rapaz. Do outro lado, estavam 2 meninos e um senhor. E a cara de paisagem de todos continuava. Ainda bem que era só 2h30 de viagem.

Ficamos imaginando quem seriam os caras-de-pau que estavam ocupando o lugar alheio. O "trocador" veio e conferiu as passagens e elas estavam corretas. E o casal nos olhava com cara feia e a gente meio que com raiva e ao mesmo tempo, sem graça. Descobrimos quando começou o serviço de bordo. Quando o cara do almoço perguntou, os amigos responderam e a tia abriu a bolsa e começou a distribuir comida. Daí, sacamos que quem estava sobrando era a família. Se a gente tivesse aberto as camas, teríamos colocado os intrusos pra fora. Agora, já sabemos como fazer da próxima vez...

Chegamos em Gaya e foi a mesma novela de sempre: Tourism Office, motoristas, negociação de preço. Já estamos cansados disso. Aliás, chegamos à conclusão que não dá pra um estrangeiro se sentir sozinho aqui: o povo não deixa! Estamos sentindo falta do anonimato...

Fechamos com um tuktuk que nos levou até metade do caminho do hotel. De repente ele parou e disse que, ainda faltava 3km pra chegar no hotel e que isso ia aumentar o preço. Como estávamos no meio do nada, não teve jeito.

Tomamos um banho e resolvemos explorar a área. Passamos num cyber e depois fomos ao Mahabodi Temple, que tem a Boddhi Tree (a árvore debaixo da qual Buda se iluminou). Ficamos até ficar de noitão. A iluminação noturna o deixou lindo, sem contar a paz que o lugar transmite. Quando estávamos pra ir embora, um monge veio conversar comigo. Ele se chama Pawan e me convidou para meditar com ele. Como estávamos esgotados, disse a ele que, dentro do possível, voltaríamos no dia seguinte.

Templo Mahaboddhi, em Boddhigaya












Árvore debaixo da qual Buda se iluminou



























Voltamos para o hotel e me dei o luxo de encher a banheira, colocar óleos essenciais e relaxar. Foi a conta de sair da banheira e dormir...

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