
Chegando lá, já com o sol alto, imaginamos que teria um barco com motor, com um mínimo de infraestrutura, já que ele é pessoa jurídica. Lógico que não foi o ocorrido. Ele disse que o barco já era pré-pago e que eu devia só dar gorjeta de 20 rs na volta. Fizemos o passeio e foi impressionante ver como as pessoas usam o rio tranquilamente e a democracia do espaço, como se fosse o calçadão da praia deles. Aliás, a relação fé x cotidiano é um caso a parte.
Outro neguinho fazendo cagada

Aula de yoga à beira do Ganges

Tirando a sujeira da roupa no pau


Cotidiano no rio




Corvo tomando café da manhã
Voltamos ao ponto de partida, entreguei as 20 rs e qual foi a minha surpresa com a casa feia do tio? Nanny não tinha combinado nada com o cara. Como eu paguei pro Mustafa, que pagou o Nanny, fiz cara de paisagem e eles que se virassem em hindi. Saímos de perto e ele resolveu com o cara. Pegamos o carro e quando falamos sobre a possibilidade de voltar ao hotel para tomarmos café porque ainda dava tempo e quando saímos a cozinha ainda estava fechada, ele foi categórico ao dizer que pegaríamos um engarrafamento e perderíamos o trem. Como ambas as partes queriam se ver livres uma das outras, concordamos e fomos esperar 4h na estação.
Tomamos um café e esperamos por 3 horas. O trem chegou e fomos procurar nosso vagão. O fiscal nos indicou um vagão e ao chegarmos lá, tinha uma família e o cara disse que tinha comprado todas as passagens. Descemos e fomos atrás de outro fiscal que nos pôs pra dentro de outro vagão e disse que era o vagão correto e que voltava depois.
Quando chegamos, os espaços estavam ocupados. (Aqui cabe uma explicação: cada cabine tem 3 lugares de cada lado sentados. Porém, se você levantar os encostos das cadeiras, o que era um sofá vira um beliche de 3 andares, e cada lugar vira uma "cama". Ou seja, na teoria, em cada cabine cabem 6 pessoas), e na nossa chegada, já tinham as 6.
Falei que ali eram os nossos lugares, mas ninguém se moveu ou olhou pra mim ou coisa que o valha. Era como se eu não existisse. Depois do stress pra tentar achar o vagão, não quis nem saber: pedi licença e fui colocando as mochilas no 3º andar e fomos sentando. No meu lado, estava uma senhora com o marido e mais um rapaz. Do outro lado, estavam 2 meninos e um senhor. E a cara de paisagem de todos continuava. Ainda bem que era só 2h30 de viagem.
Ficamos imaginando quem seriam os caras-de-pau que estavam ocupando o lugar alheio. O "trocador" veio e conferiu as passagens e elas estavam corretas. E o casal nos olhava com cara feia e a gente meio que com raiva e ao mesmo tempo, sem graça. Descobrimos quando começou o serviço de bordo. Quando o cara do almoço perguntou, os amigos responderam e a tia abriu a bolsa e começou a distribuir comida. Daí, sacamos que quem estava sobrando era a família. Se a gente tivesse aberto as camas, teríamos colocado os intrusos pra fora. Agora, já sabemos como fazer da próxima vez...
Chegamos em Gaya e foi a mesma novela de sempre: Tourism Office, motoristas, negociação de preço. Já estamos cansados disso. Aliás, chegamos à conclusão que não dá pra um estrangeiro se sentir sozinho aqui: o povo não deixa! Estamos sentindo falta do anonimato...
Fechamos com um tuktuk que nos levou até metade do caminho do hotel. De repente ele parou e disse que, ainda faltava 3km pra chegar no hotel e que isso ia aumentar o preço. Como estávamos no meio do nada, não teve jeito.
Tomamos um banho e resolvemos explorar a área. Passamos num cyber e depois fomos ao Mahabodi Temple, que tem a Boddhi Tree (a árvore debaixo da qual Buda se iluminou). Ficamos até ficar de noitão. A iluminação noturna o deixou lindo, sem contar a paz que o lugar transmite. Quando estávamos pra ir embora, um monge veio conversar comigo. Ele se chama Pawan e me convidou para meditar com ele. Como estávamos esgotados, disse a ele que, dentro do possível, voltaríamos no dia seguinte.
Templo Mahaboddhi, em Boddhigaya




Árvore debaixo da qual Buda se iluminou






Voltamos para o hotel e me dei o luxo de encher a banheira, colocar óleos essenciais e relaxar. Foi a conta de sair da banheira e dormir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário