quarta-feira, 27 de maio de 2009

04.05 - Delhi

Tomamos café da manhã, encontramos o Mark e fomos à "Delhitur", fechar os pacotes com o Mustafa. Ao chegarmos lá, ficamos sabendo que ele tinha sido citado nas reportagens do Arthur Veríssimo, na revista TPM, por ter articulado as viagens dele.

Levamos nosso roteiro para o Mustafa e ele cortou Jaisalmer de cara porque, nessa época do ano, a média de temperatura lá é de 48 graus. As pessoas não saem de casa entre as 10h30 e às 17h. Além disso, ele afirmou que, pelo fato de não estarmos acostumados a essa temperatura, poderíamos passar mal e nem aproveitar o passeio. Ou seja, safari de camelo com noite no deserto ficou pra próxima ou outra época do ano...

Sugeriu irmos para Amritsar ao norte e voltar pra Delhi, pois de Amritsar pra outro lugar de trem, ficaria muito caro. Chegando em Delhi, um motorista iria nos pegar (e ficar à nossa disposição) e nos levar de carro com ar-condicionado para visitar algumas cidades do Rajastão (Bikaner, Jodhpur, Jaipur e Agra). Depois, em Agra, o motorista nos colocaria no trem que iria pra Varanasi. De Varanasi, iríamos para Mumbai e de lá, voltaríamos pra Delhi para voltar para BH.

Abrindo parênteses: Rajastão fica ao noroeste da Índia, na beira do deserto e é o estado mais característico da Índia. As pessoas são morenas e lembram os beduínos; a maioria dos homens se veste de maneira típica. É no Rajastão onde se encontram camelos e elefantes, em maior quantidade que no resto do país. Comparando grosseiramente, Bikaner, Jaipur, Jodhpur, Udaipur estão para a Índia assim como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, estão para Minas Gerais.

Depois de fecharmos nosso pacotão e o Mark fechar o dele (ele foi para a Kashemira, nos pés do Himalaya), Mustafa chamou o motorista que iria nos levar pra fazer mais um sight seeing em Delhi. Foi aí que conhecemos o Lucky, nosso anjo da guarda/tradutor/guia nos primeiros dias.

Os pontos escolhidos eram mais distantes que os do dia anterior. Já que estávamos com motorista à disposição, pegamos o nosso guia já todo marcado, e pedimos para ele nos levar ao Qtub Minar e ao Lotus Temple.

Ele sugeriu passarmos por outros dois templos, que estavam no caminho: o Lakshmi Temple (a esposa do deus Vishnu e personificação da beleza, da fartura, da generosidade, riqueza e da fortuna. Simboliza a potência feminina e é representada pela suástica, virada para a direita) e o Buddha Temple, um vizinho do outro. Aceitamos a sugestão, é claro. Quanto mais lugares/coisas a gente vir, melhor!





Marc, no Lakshmi Temple




Parede pintada no Lakshmi Temple






Buddha Temple





Depois dos templos, fomos em direção ao Qtub Minar e ao Lotus Temple, que ficam ao sul de Delhi. No caminho, paramos pra comer. Foi nesse restaurante que descobrimos duas coisas. Primeira: uma porção de veg byriani (arroz com legumes) serve duas pessoas sem problema, o que significa economia. Segunda: anis corta o ardor da pimenta! Depois que pedimos a conta, o garçom trouxe a dolorosa e uma tigelinha com umas coisinhas brancas, parecendo pipoca moída. Perguntamos ao Lucky o que era e ele explicou que era tipo um "refrescador de hálito". Você pega uma porção com uma colher, põe na mão e come. Sabe amendoim de festa junina, com aquela casquinha escura e doce? Pois é, é a mesma coisa na sementinha de anis/erva-doce, só que aqui, é branca. A sementinha é multiuso: tem função digestiva, refrescante e detergente.

Chegamos no complexo do Qtub Minar. São alguns monumentos (um minarete de tijolo mais alto do mundo, que mede 72.5 metros de altura e 14.3 metros de diâmetro de base e alguns salões em ruínas) dentro de um parque. Bacana. Em plena segunda-feira, o lugar estava cheio de gente. Parecia fim de semana. Na entrada, o primeiro sinal de exploração do turista. Na placa da bilheteria, estava escrito pra quem quisesse ler (e fotografar): cidadão indiano paga 10 rs pra entrar e cidadãos estrangeiros, 250 rs, mais 25 rs de taxa de câmera fotográfica. Isso não consta em nenhum guia que eu li... Pagamos e entramos.







Esquilo "baiano" ou calor que amolece




Em seguida, fomos ao Templo Baha'í, em formato de flor-de-lótus. Muito bacana, bem cuidado, organizado, com jardins lindos. Foi meio que surreal: entramos numa fila, tiramos os sapatos, entramos no templo, sentamos na sequencia determinada pela assistente, o sacerdote falou durante 4 minutos cravados, nos levantamos, calçamos os sapatos e fomos embora. Depois que nos tocamos da brevidade da oração. Estávamos entrando no espírito da Índia: faça seu caminho, a seu tempo.



Cansados, suados e com sede, retornamos à Delhitur, pra pegar os vouchers e os tickets do nosso pacote. Voltamos ao hotel, tomamos banho e fomos ao MacDonald's. Descobrimos aqueles que seriam os nossos companheiros de viagem: o MacVeggie e o Paneer Salsa Wrap. E achamos graça no sundae pequeno.



Pegamos um tuktuk de volta, pra descansar. No dia seguinte cedo, pegaríamos o trem para Amritsar, a cidade do Golden Temple e da troca de guarda na fronteira com o Paquistão. Deixamos tudo pronto pra primeira viagem, dentro da viagem. Literalmente.

Rua do nosso hotel, a noite

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