segunda-feira, 1 de junho de 2009

25.05 - Mumbai

Acordamos, juntamos as tranqueiras e fomos às compras! Ficaram algumas encomendas pra trás, e como não queríamos ficar carregando peso o tempo todo, deixamos para o final. Foi meio foda constatar que, compramos coisas no início da viagem em outros lugares e achamos por um quinto do preço, depois de chorar um bocado. Chegamos à conclusão que trouxemos muito dinheiro para ficar um mês, mas caímos em alguns contos do vigário, que nos fizeram perder grana. Coisa de turista de primeira viagem. Foi a hora em que bateu a tristeza.

Lembrei do email das profissões perigosas e o andaime de bambu


Lojinha do Salman, o moço dos óleos perfumados


Fechamos a conta, pegamos um táxi e nos mandamos para o aeroporto. O taxista fez um caminho diferente do que conhecíamos, bem mais bonito, passando pelo "calçadão" deles. Deu pra ver toda a orla de Mumbai. Foi uma sensação nova pra mim, um misto de alívio com pesar. Me peguei me perguntando se eu moraria em Mumbai.

Chegamos ao aeroporto, fizemos o check in e fomos para a sala de espera, onde escrevo esse restinho de diário. Nosso voo sai daqui a pouco, às 2h25 do dia 26. Vamos chegar em Belo Horizonte, ainda no dia 26.

Fim de festa


Foi bem mais do que eu esperava, em todos os sentidos. Faria (quase) tudo de novo, numa outra época do ano (menos quente e seca), visitaria apenas algumas cidades, porém com mais tranquilidade para aproveitar o que elas tem de melhor.

Agora, é dormir na Índia e acordar em Paris, ver o dia sobre o Atlântico e dormir a próxima noite, na minha cama.

24.05 - Mumbai

Acordamos e fomos tomar café. Tinha lido na coluna GLS de um guia quinzenal de Mumbai que haveria uma sessão de Dante's Cove, um seriado norte-americano direcionado ao público GLS. Depois da maratona do dia anterior, estávamos na dúvida sobre ir ou não, mas a curiosidade para conhecer indianos foi maior, além do fato da ficha ter caído que só faltava só mais um dia pra voltar pra casa.

Rodamos por Colaba de manhã e depois do almoço, nos jogamos num táxi. Chegando lá, só não entramos do pânico porque já estávamos a vinte e tantos dias na Índia e já estávamos mais acostumados. O lugar era um muquifo total. O recepcionista, Patel, não falava inglês inteligível. Passou um tempo, chegaram mais dois que, ao nos ver lá, fizeram uma rede de amigos e a salinha encheu. O seriado é muito bacana, muito sexo gay, uma coisa soft porn. Quando acabou, o povo meio que saiu furtivamente. Eles ficaram tão curiosos em relação a gente quanto a gente, a eles. Comecei a perguntar e eles a responder.

Foi curioso. Parece que não existe vida lá. Do mesmo jeito que a gente não entende o modus vivendi deles, não entra na cabeça deles o tanto que a gente é aberto pra falar desse assunto. Como o Patel (parecia que) tinha que ir embora e era ele quem tomava conta da chave, ele foi meio que catando as coisas e levantando. A galera acompanhou.

Ficamos com a sensação de que, se tivéssemos proposto um café em algum lugar, talvez tivesse rolado. Mas pegamos os contatos e vamos ver se vai rolar. Entramos num táxi, paramos no MacDonald's porque já tínhamos perdido o horário da janta e fomos para o hotel, nos preparar para o nosso último dia.

23.05 - Mumbai

Acordamos cedo para o city tour. Na hora de comprar as passagens, pra variar, apareceu um tio pra oferecer um carro com motorista particular, e foi aquela falação de sempre. Como já estamos na fase "contenção de despesas", preferimos o ônibus, que passaria por 32 pontos turísticos (hahahaha), ao contrário do carro, que cobriria uma área menor. Sabíamos que seria um programa de índio, mas estávamos dispostos a pagar o mico do turista. O ônibus saiu atrasado (novidade...) Posso falar que vivi uma experiência antropológica e, depois dela, programa de índio virou programa de indiano...

Já eram 10h40 da manhã quando o ônibus encostou. Aos poucos, as famílias foram chegando, ocupando seus lugares, abrindo suas marmitas, se amontoando, para dar início ao freak show. De um lado do ônibus, eram 3 lugares (como em um avião) e do outro, eram 2. Mas o fato de ser 3 lugares, não significava que 6 não poderiam se sentar ali. Pudemos passar por boa parte de Mumbai. Paramos em alguns pontos e entramos numa galeria de arte, num aquário, no templo de Ganesha e Lakshmi (deuses da prosperidade e da boa sorte), numa feira de ciências institucionalizada, e por último, Juhu Beach, a praia mais popular de Mumbai. Aí sim, constatei que nós, brasileiros, somos um dos povos mais privilegiados do mundo! Guarapari é o paraíso! Eu sabia que na Índia tinha muita gente, sempre vi tudo cheio, mas era porque ainda não tinha visto Juhu Beach. Todo mundo do planeta estava lá. Devia ter umas 100.000 pessoas numa praia do tamanho da Praia do Forte. Nunca vi (nem em sonho) nada igual.

Jehangir Gallery (o Palácio das Artes de Mumbai)


Táxis e ônibus


Colaba Street


Detalhes arquitetônicos




Coceira


Doobithalao (lavanderia)




Residência sem IPTU


Prédio antigo








Marine Drive, o calçadão deles




Pepino pra refrescar


Taraporewala Aquarium


Vista do Hanging Gardens, um "Parque Municipal" que fica no alto do morro




Mais Hanging Garden


Jsrdim de bonsai


Varal





Ônibus moderno e confortável


Templo Mahalakshmi








Oceano Índico e um calor insuportável











Juhu Beach, o "point"





















Saímos de lá e pegamos o caminho de volta. A previsão de chegada no ponto de partida era às 18h30. Quando eram umas 20h, conseguimos sair do trânsito de Juhu Beach. Aos poucos, o povo foi descendo no meio do caminho. Faltando nós e mais umas 15 restantes, o ônibus estragou na entrada de um viaduto completamente "bocada". O guia tinha descido na primeira leva e o motorista não falava mais que 3 palavras em inglês. Como brigar nem falar com ele ia adiantar alguma coisa, pegamos um táxi e acabamos de chegar. Uma vez que o horário da janta no YWCA, pra variar, de novo, fomos ao MacDonald's. Luciano estava possesso. Acho que não consigo entrar num MacDonald's no resto desse ano. Fomos para o hotel, colocamos as coisas no lugar e apagamos.

22.05 - Mumbai

Outra noite mal dormida... Acordamos com um malinha do staff batendo na porta, perguntando se tinha alguma coisa pra lavar. Deu vontade de responder que eu ia lavar a mão na cara dele. Horas depois, outro bate na porta, falando que tinha uma ligação pra nós e se íamos tomar café. Estranhamos e descemos. Perguntei se alguém tinha ligado e a resposta foi negativa. Das duas, uma: ou ele queria ver a gente ou queria tirar algum dinheiro, cobrando alguma coisa a mais. O atendente perguntou o que queríamos e eu respondi: "o que for de graça e fizer parte da nossa diária". Fiquei surpreso ao ver que ele trouxe apenas 1 porção de cada item, como se não houvessem 2 pessoas na mesa. Fiquei sem saber se era burrice ou má vontade ou as duas coisas juntas...

Subimos, arrumamos as coisas, fizemos o check out e saímos pra pegar um táxi. O primeiro não quis negociar. Fomos andando e parou outro. Luciano conseguiu a corrida por 70 rs. Ele perguntou pra onde e eu respondi YMCA. Ele perguntou de novo e eu disse ok. De repente, ele parou num lugar que fica atrás de onde a gente tinha olhado o preço. Achei que era outra entrada, pagamos o tio e entramos. Tinha uma recepção toda arrumada, mega ar-condicionado, tudo lindo. O gerente perguntou se eu não queria ver o quarto e eu disse que não e que já tinha visto no dia anterior e ele respondeu que não, que era a minha primeira vez ali. Perguntei o preço da diária e ele passou um valor diferente. Peguei o folheto do YMCA e mostrei pra ele. Ele abriu a gaveta e me deu outro folheto. A recepcionista olhou e me mostrou o detalhe: aquela recepção era do Y-W-CA, Associação Cristã de Moças, e não Y-M-CA, Associação Cristã de Moços, e que uma dava de fundos pra outra. Detalhe tão pequeno de nós dois!

Comparando as informações, descobrimos que seria mais vantagem ficar com as mocinhas, porque a diária era 300 rs mais cara, mas tinha café da manhã e jantar. E por esse valor, na rua, não conseguiríamos fazer duas refeições. Sorte total. O único 'senão' foi o pagamento adiantado. Colocamos a tranqueira no quarto e fomos bater perna. Agora, é só alegria.

Almoçamos, fomos comer uma sobremesa num café daqui, chamado Theobroma. Comi a melhor torta mousse de chocolate com laranja do Universo. Inigualável. Mumbai me surpreende cada vez mais. Voltamos para a Associação. Soneca, banho e jantar: mais uma vez, tenho que agradecer ao taxista que, por não me entender, me trouxe aqui. Comida indiana com pouco condimento, num buffet honesto. Enfim, tranqüilidade para aproveitar melhor o final da viagem.

Depois, fomos tomar um chope no Leopold e comprar água. Não rendemos muito, pois amanhã tem o ônibus do city tour. Mico do turista (ou não) é a chance de ver/passar por todos os pontos turísticos de Mumbai de uma só vez. Acho que vai ser bacana.

21.05 - Mumbai

Acordamos tarde, parecendo ressaca. Acho que foi o calor e a barulhada no corredor do hotel (eles são muito mais farofeiros do que a gente imagina! Acho porque são muitos, andam em grupos e são muito ligados à família) e a pavimentação da avenida do hotel. Tomamos café e lá veio uma cobrança extra. Só depois de eu ir na recepção é que fiquei sabendo que o suco não está incluído.

Arrumamos as mochilas e fomos pra lan house, ver o que o Mustafa respondeu sobre o reembolso da passagem de trem Mumbai/Delhi. Nada. Vôo ok, alterado, saindo agora de Mumbai. Pesquisa de novos hotéis na internet, mas nenhum em Colaba com o preço que a gente pode pagar.

Descobrimos que dava pra caminhar do hotel até Colaba. No caminho, fomos fotografando algumas coisas. Uma das mais gritantes, na minha opinião, foi um anúncio de creme para clarear a pele. É sério. Quem duvidar, pode procurar no YouTube por "Fair and Lovely" e vai ver que Michael Jackson foi o primeiro, mas não foi o único... ;)

Creme clareante


Mumbai é mais limpa e organizada que o resto
















Vista "aérea/parcial" de Colaba Causeway







A solução será irmos para o YMCA! Passamos lá pra ver; o quarto é superlimpo, a localização di tudo de bom e o preço é o menor que vamos pagar em toooda Índia. Ah, se a gente soubesse... Almoçamos MacDonald's e fomos pra estação tentar pegar um documento "oficial" pra mandar para o Mustafa nos reembolsar.

Depois de passar por 5 funcionários públicos indianos (o que fazer com 1 bilhão de pessoas num espaço do tamanho de 2/3 do Brasil?), fomos parar no gabinete do Inspetor Sênior da Estação Ferroviária de Mumbai. Ou seja, quem manda na bagaça. Quando expliquei pra ele que não esperava receber dinheiro da Indian Railways porque já sabia que o ticket foi emitido por terceiros e só queria um documento oficial de cancelamento, ele abriu um sorriso, pegou o telefone e chamou o assistente dele. Explicou a situação e tudo se resolveu em minutos. Ainda nos sugeriu visitar o Templo Hare Krisna Hare Rama que, segundo ele, é a melhor e mais bonita atração daqui. Pelo que ele fez por nós, me sinto na obrigação de fazê-lo.

De lá, passamos num posto FedEx e já despachamos pro Mustafa. Agora é só rezar e esperar. Afinal de contas, dar 80 dólares de presente para o Mustafa não está nos meus planos e essa graninha iria ajudar a aproveitar mais coisas por aqui... Como a FedEx é na rua do hotel, viemos umas um banho pra sair pra jantar. A preguiça (e a lavação de roupa) não deixou. Pedimos um Veg Byriani e fechamos o boteco por hoje. Amanhã, nos mudaremos para o YMCA! Piada pronta é pouco...

Momento lavagem de roupa suja (ou reciclagem de guarda-roupa)