Como combinado no pacotão, o Lucky nos pegou no hotel e nos deixou na estação de trem de Delhi para pegarmos o trem que nos levaria a Amritsar, a cidade do Golden Temple.
O trem era razoável, mas não assustamos. Acho que, por não usarmos trens no Brasil, nossa expectativa de trem de viagem é de um "Orient Express" da vida. Partiu pontualmente e ficamos surpresos ao saber que seria servido um café e um almoço ao longo da viagem, afinal de contas, ninguém nos avisou disso.
Ao meu lado, sentou uma mulher que tinha voltado recentemente pra Índia, para rever a família, depois de anos em Londres. Conversamos sobre algumas coisas, mas ela era muito furtiva e evitava render a conversa, apesar de perguntar muito. Me ajudou com o sotaque da "ferromoça", na hora do almoço. Desceu no meio do caminho sem se despedir.
Chegamos em Amritsar por volta de 13h30 e tinha uma banda esperando uns moços, para um casamento. Era tipo uma charanga e a mulherada estava ensandecida. Os homens gritavam e dançavam. Quando os dois desceram, foram recebidos com aqueles colares de flores. Como eles estavam mais ocidentais que nós, e com muitas caixas e umas malas (coisa de 20, 25 e 5 carrinhos para levar tudo), deu pra ver que tinha tempo que eles não iam lá. A turba foi embora e nós ficamos na estação, esperando pelo guia/whatever que iria nos pegar para levar ao aeroporto. E nada.
Ligamos para o Mustafa que passou o número do hotel e ao ligar lá, o rapaz disse que era pra esperar que ele já estava indo nos buscar. Foi nessa hora em que vimos/sentimos na pele, o olhar dos indianos e o famoso "efeito ET". Eles nos cercaram, e ficaram ao nosso redor, como se fôssemos alienígenas. E apontavam, cochichavam entre eles, e iam andando nos seguindo até a porta da estação. O melhor de tudo foi que eu não estressei, ao contrário do esperado. Era o efeito da Índia em mim... ;)
O hotel era a 2 quarteirões da estação. Durante esse percurso, o tempo todo, apareceram os tios dos tuktuks oferecendo a corrida. Luciano quase bateu neles porque depois de uns 20 "nãos", eles ainda insistem. Check in resolvido, fomos almoçar e foi nossa primeira refeição indiana de verdade. Comemos um veg byriani com o arroz comprido, bastante condimento e tomamos sorvete de kesar, que são frutas secas paquistanesas. Chiquérrimo!
Como já estava quase na hora da troca de guarda na fronteira com o Paquistão e teríamos que correr, achamos melhor deixar de lado e ir ao Golden Temple com mais calma. Pegamos um tuktuk e fomos. Não tivemos que pagar para entrar. Parece menor do que na foto, mas assustadoramente energético/impressionante. Não achei que deveríamos entrar, 70% por causa da importância que eles dão ao lugar (é estranho ver alguém passar a mão numa lona onde está impressa a estória de um guru, encostar a cabeça na mureta que cerca a árvore onde o indivíduo descansava e se considerar abençoado por aquele gesto) e 30% porque estávamos a pouquíssimos kms de distância da fronteira com o Paquistão - burqas e Taleban...). Foi a cidade onde tive mais medo, no geral. Eles falam (pouco) o inglês e a grande maioria é muçulmana. Se olharem pra sua casa e cismarem...
Avenida que leva ao Golden Temple
Sacolão
Golden Temple
Caminho de volta. 5 coisas: nós-so-mos-fo-da! Voltamos sozinhos do Golden Temple, no meio do trânsito organizadíssimo de Amritsar...
Chegamos no hotel, tomamos um banho e descemos para jantar: Super Mega Jambo (sic) Veg. O melhor sanduíche vegetariano de tooodo Universo! Não rendemos, pois tínhamos que levantar cedo no dia seguinte, às 4h, pra pegar o trem de volta pra Delhi.
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Um comentário:
Ally-sun, tô adorando seu texto... e começando a ficar seduzida. bj. Teka
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